Há tempos o cineasta Gus Van Sant passeia pelo universo dos adolescentes, fez isso em Garotos de Programa, Gerry, Elefante e mais recentemente em LAST DAYS, onde mostra os últimos dias do ícone de uma geração: Kurt Cobain.
Em Paranoid Park, Van Sant volta aos corredores de colégio para narrar história de Alex, um skatista de 16 anos que se vê envolvido acidentalmente em um assassinato. Não existe um bom roteiro propriamente dito, apesar de se inspirar no romance homônimo de Blake Nelson. O que há é a necessidade de experimentação do diretor.
Como em Elefante, Paranoid Park apresenta planos longuíssimos, e seqüências muito bem elaboradas, a maioria delas na pista de skate do Paranoid Park. Também não há uma narrativa convencional, os fatos vão e vem de acordo com a visão de Alex sobre os fatos. Um dos planos que mais me chamou a atenção foi uma seqüência de skatistas “voando”, outro ponto interessante é que o rosto dos pais do menino nunca é mostrado, apenas em um momento muito significativo.
Paranoid Park foi filmado sem atores profissionais e com orçamento modesto. Se é um bom filme? Eu diria que sim, porque mais uma vez Gus Van Sant consegue fazer refletir sobre o período da adolescência, principalmente sobre a alienação que vivemos nessa época. E isso tudo de maneira lírica e muito bem conduzida.
Gus Van Sant também está em outro projeto que deve chegar em breve às telas, é Cada um com seu cinema, que reúne curtas de 34 diretores, entre eles Roman Polanski, David Cronember, David Lynch, Wong Kar Wai e Walter Salles.
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