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Essa é a mistura do Brasil com o Egito, diria É o Tchan. Já, o cineasta Júlio Bressane(Matou a família e foi ao cinema, 1968), foi mais longe, estudando desde o final dos anos 80 a história da mítica rainha egípcia Cléopatra, e levando as telas um filme poético, teatral, polêmico e que divide muitas opiniões.
Para Bressane, o filme vem suprindo uma carência de relatos em português sobre a história de Cleópatra, e apesar da estranheza na escolha do elenco a fita tem seus méritos. Alessandra Negrini dá vida a protagonista, cheia de trejeitos com um sotaque bizarro e um tanto Dominatrix. Enquanto issoMiguel Falabella vive o imperador Júlio César e Bruno Garcia o general Marco Antônio, duas das paixões de Cléo.
O filme é permeado por cenas de nudez e sexo, falado em um português culto mas que é brevemente assimilado. A fotografia de Walter Carvalho, inspirada em pinturas, garante a beleza de muitas cenas, enquanto na minha opinião os melhores momentos estão na agonia da rainha, ao som de um velho samba cantado por Dalva de Oliveira.
Cleópatra foi o grande vencedor do Festival de Brasília no ano passado, recebeu uma enxurrada de vaias e alguns elogios. Para o diretor esse era o resultado esperado, o da incompreensão. Assim funciona a arte.
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