Foi apenas um sonho

Não é uma sequência de Titanic onde o casal Rose e Jack vivem um momento de crise conjugal existencialista. É Apenas um Sonho, filme de Sam Mendes que marca o reencontro entre Kate Winslet e Leonardo DiCaprio e os coloca para discutir a relação.

Assim como em Beleza Americana, filme que lhe rendeu o Oscar, Sam Mendes, que também é marido de Winslet, faz uma crônica corrosiva ao casamento como instituição. Nos anos 50, época onde o divórcio era tabu, o vazio de um casamento mal-sucedido vem a tona.

Kate Winslet está impecável na pele de April, mulher sonhadora, que sonha com uma vida longe das conveniências, enquanto o marido pensa de maneira diiferente. É um abismo entre o casal que não consegue estabelecer uma comunicação e sonha com uma viagem à Europa como válvula de escape.

Michael Shannon interpreta um desequilibrado que fala tudo o que lhe vêm a cabeça, expôe os pensamentos do casal e são suas falas que resultam no ápice do filme, uma guerra doméstica que dificilmente acabará bem.

O filme é adaptação do livro Revolutionary Road, de Richard Yates, que nos anos 60 foi emblemático a uma geração presa as suas conveniências. Não é o grande filme de Mendes, considerei apenas o longa correto e com um excelente desempenho por parte dos atores.